… o seu filme, não. É um arremedo de filme. E ainda digo que os produtores (que esperam pouco público nos cinemas, mas uma “grande venda” de DVDs) vão se ferrar feio se o pacote não oferecer MUITO MAIS do que o filme.
Vi ontem “Pelé Eterno”. É um desastre.
O roteiro é confuso, com idas e vindas ao passado e uma mistura desconexa de assuntos, que são atirados ao espectador. Além disso, é piegas ao extremo e releva coisas que estão muito além da grande cena do Pelé, que é o Futebol com letra maiúscula. Uma cena ridícula e brega do filme tem o Pelé com sua família, assistindo uma entrevista com seus colegas e amigos do time do Santos. São intermináveis minutos vendo o Pelé chorando e sua filha dizendo “o papai tá chorando!”. Horrível.
A fotografia e a arte são péssimas. Eu, que sou uma naba em desenho, faria muito melhor usando os “wizards” do Flash. A reprodução digital do “Maior Gol do Pelé” é interessante, mas é coisa de amador. Muito pouco para quem tem uma história e uma fama que atravessou o Brasil e se estendeu a países mais absurdos. A animação de início do filme já é um anúncio do festival de mau gosto que virá.
Fora isto, devo dizer que de fato, o Pelé é o cara mais foda que eu já vi jogar. Não tem comparação. Os argentinos que insistem em dizer que o Maradona é tão ou mais talentoso que o Pelé, tinham mais é que ficar bem quietinhos.
O Pelé além de talento, era dedicado a sua arte. O cara sabia que jogava pra caraleo e mesmo assim, ficava depois do treino aprimorando sua técnica. Chutava bem com os dois pés; cabeceava com precisão; tinha uma impulsão que o levava sempre acima dos adversários; tinha um tipo físico ideal e procurava sempre mantê-lo em forma. Tudo isto ajudava-o a executar dribles e fintas estonteantes, e a finalizar com lindos gols, sempre planejados e executados com maestria.
Quem gosta de futebol, tem que ver o filme obrigatoriamente. Não pelo filme em si, que eu já disse que é uma droga, mas para poder ter em sua memória o maior gênio da História do Futebol.
O Pelé é realmente eterno.