Cenas de uma Quarentena

Nesses tempos de home office, acabamos percebendo várias coisas em casa que nunca nos incomodaram antes, mas agora passam a incomodar.

Ontem eu decidi tocar fogo numas teias de aranha que estavam se acumulando aqui em casa. No telhado.

Como ficam bem alto, fora do alcance, peguei uma vara que usamos para pegar frutas no quintal, coloquei uns panos velhos na ponta, embebi em óleo de citronela e fui acertar as contas com as aranhas.

Como o telhado é MUITO alto, não bastou usar a vara. Tive que entrar em casa, subir para o primeiro piso, e usar a varanda e janela da sala como acesso.

Tudo isso supervisionado pelo olhar desconfiadíssimo do gato.

O bichano estava entre curioso e preparado para correr (e desaparecer), caso desse ruim pra mim.

Estou lá, me sentindo o próprio Motoqueiro Fantasma, envolto em fogo, dominando os elementos… até acertar um vespeiro, que eu não tinha visto.

Claro que fui picado. A vara caiu, a bucha se soltou, caindo sobre um arbusto. De Motoqueiro Fantasma, virei Moisés, recebendo as tábuas dos Dez Mandamentos, diante da sebe em chamas.

Só faltou o arbusto falar comigo. As aranhas que sobreviveram ao fogo, eu matei no riso.

O gato reapareceu hoje cedo.

(Off topic: buscando uma foto para ilustrar esse post, descobri que se vc pesquisar apenas “Cenas Dez Mandamentos” no Google, vai receber páginas de cenas da novela da Record, antes de chegar nas imagens de Charlton Heston…)