Isabella Tree se destacou em seu trabalho pela Biologia da Conservação e pelo relato de como proprietários de 1400 hectares em Sussex, no Reino Unido, juntaram-se à revolução do Reasselvajamento (Rewilding) e trouxeram de volta uma profusão de plantas e animais às suas terras, publicado no livro “Wilding – the Return of Nature to a British Farm” (“Asselvajamento: o Retorno da Natureza a uma Fazenda Britânica”, em tradução livre).
Ela comenta que carnes e laticínios cultivados de maneira intensiva são uma praga, mas os campos de soja e milho também o são. Felizmente, existe um outro caminho, como vemos abaixo, no trecho do artigo “If you want to save the world, veganism isn’t the answer“, publicado no jornal The Guardian.
Na equação vegana (…), o custo de carbono da lavoura é raramente considerado. Desde a revolução industrial, de acordo com um relatório de 2017 da revista científica Nature, até 70% do carbono em nossos solos cultivados foram perdidos para a atmosfera.
Portanto, há uma enorme responsabilidade aqui: a menos que estejas adquirindo teus produtos veganos especificamente a partir de sistemas orgânicos “sem escavação”, tu estarás participando ativamente da destruição da biota do solo, promovendo um sistema que priva outras espécies de condições da vida, incluindo pequenos mamíferos, pássaros e répteis, e contribuindo significativamente para as mudanças climáticas.
Nossa ecologia evoluiu com grandes herbívoros — com rebanhos de auroques (ancestrais da vaca), tarpãs (antepassados selvagens dos cavalos), alces, ursos, bisões, corças, veados, javalis e milhões de castores. São espécies cujas interações com o meio ambiente sustentam e promovem a vida. O uso de herbívoros como parte do ciclo agrícola pode contribuir bastante para tornar a agricultura sustentável.
Não há dúvida de que todos nós devemos comer muito menos carne, e é recomendável louvar o fim de formas intensivas de produção de carne com alto teor de carbono, poluentes, antiéticos e antiéticos. Mas se tuas preocupações como vegano são o meio-ambiente, o bem-estar dos animais e tua própria saúde, não é mais possível fingir que tudo isso é atendido simplesmente desistindo de carne e laticínios. Por mais contraintuitivo que possa parecer, adicionar ocasionalmente um bife orgânico alimentado a pasto à tua dieta pode ser o caminho certo para equilibrar o ciclo.