
São muitas as descobertas quando a gente se abre ao novo e exige de si mesmo alguma paz. Maio chegou e pra mim é janeiro agora.
Eu escrevo sobre poesia, vivências bem pessoais, me exponho por escolha, cada vez mais. Um ano da enchente, e da semana que me mudei de casa, de vida, de maneira radical e complexa.
Quem sou eu na fila do pão com aquela gente chata escolhendo os mais clarinhos ou os mais escurinhos. Mas enfim, mesmo eu tendo consciência da minha insignificância, que minha mãe sempre me ajudou a lembrar, vou deixar aqui um simples e batido conselho. Tudo passa e depende de nós, jogar ou não, no nosso próprio time.
Ontem a noite, me peguei sentado em um sofá, entre dois amigos recentes e já muito importantes pra mim, por uma série de motivos e pensei assim como a Alicia Keys fala as vezes. Agora, nesse exato momento, não queria estar em nenhum outro lugar. Não comentei, não elogiei, guardei aquilo pra mim. Hoje de manhã, acordei, abri os olhos e pensei. Eu queria estar aqui agora e o melhor, eu estou.
Clichê, auto ajuda? Tranquilo, quem me leu assim, pode abandonar o texto, porque vem muito mais.
Nas minhas muitas sessões de psicoterapia bem guri, algo privilegiado e burguês eu sei, sempre saía do Instituto Mario Martins inchado, de chorar meus rios internos na busca por uma única, e repito, única palavra.
Altivez.
Eu tenho plena noção que ela demorou pra chegar, mas tem sido até perceptível. Encontrei alguma, não toda, pois a vida é processo, mas pra mim a altivez chegou com força e estratégia. Eu ainda tenho tudo a conquistar e ao mesmo tempo que recebo sim alguns blocks quando menciono minha idade, (tem gente muito ocupada com números), percebo que o tempo te oferece certa sabedoria, (agora irritei uma galera).
Mas sim, vou me exibir aqui pra vocês, queridos leitores de rede social. Meu recado é pra dizer que as vezes leva meio século pra auto estima chegar valendo. Tem sido as vezes muito inesperado e ao mesmo tempo pensado, calculado. Tenho ido onde me chamam, coisa que nunca fiz. Se me olham mais profundamente na rua e me interesso, passei a olhar pra trás, parar, e as vezes voltar. É tudo muito novo pra mim.
Como diz um poeta da minha cidade natal, “olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho”.