Uma coisa da qual sinto falta da primeira década dos anos 2000: os blogs.
Sim, ainda existem. Mas não são mais como eram. Haviam excelentes colunistas e blogueiros dos quais eu ficava aguardando ansioso o próximo artigo – fosse sobre política, cotidiano, gastronomia, vinhos ou viagens.
Alguns deles me faziam parar o que estava fazendo só para ler o novo post recém-publicado.
O ambiente era diferente, os textos melhor elaborados e os debates eram muito mais inteligentes.
As redes sociais mataram um pouco isso. Ficou tudo mais raso e banal. O que hoje chamam de “textão” no Face antes era apenas um post comum dos blogs.
Pesa o fato de que os bons blogueiros sumiram. Alguns faleceram, como Saul Galvão e Janer Cristaldo, outros ficaram birutas como Olavo de Carvalho e Reinaldo Azevedo. Outros ainda simplesmente apagaram seus blogs e não deixaram rastro, como o Cláudio Avólio.
O Paulo Sampaio, do Clube da Enogastromia, ficou mais de 2 anos sem postar nada, mas no ano passado surpreendeu com dois artigos. Está vivo, pelo menos.
Eu também abandonei meu blog. Ainda está lá, mas falta-me tempo (ou vergonha na cara) para voltar a escrever. E eu amava escrever e interagir com meus leitores – todos os seis.
O “vídeo é a nova escrita”, dizem. E como agência de marketing, não tenho como discordar. Basta ver o resultado dos vídeos dos meus clientes.
Mas pessoalmente ainda sou “old school” e prefiro mil vezes um texto a um vídeo.
Quem sabe em 2021 não retomo o blog.