Queria muito conhecer aquela mulher.
Ontem a noite fui pegar um amigo que estava chegando em Fortaleza. Já passava da meia noite e duas dúzias de pessoas aguardavam, como eu, o desembarque do voo que chegava de São Paulo.
Uma coisa tirava a minha paciência e, acredito, de todos que estavam ali: a sirene daquelas cadeiras que fazem massagem.
Pois bem, uma cidadã sentava na cadeira para descansar e minutos depois o mecanismo da cadeira soava o alarme, alertando que alguém estava sentado sem pagar. Então, ela levantava, aguardava a sirene parar e voltava a sentar.
Fez isso por mais de 30 minutos.
Pensei comigo: será que esta mulher trabalha? Será que ela possui algum negócio?
Com certeza não.
Se trabalhasse, se produzisse algo, certamente saberia que estava agindo de forma deselegante, mal educada e, acima de tudo, desonesta.
A cadeira soava o alarme justamente para avisar que aquilo é um negócio, que é preciso pagar para usufruir, que a pessoa que senta e não paga não é bem vinda e está ocupando o lugar de alguém que pode querer utilizar o serviço.
Queria muito conhecer aquela mulher. Para saber se ela reclama da desonestidade dos brasileiros, da falta de educação dos brasileiros, enfim, se ela também reclama do jeitinho brasileiro.
Mas que, sempre que pode, dá um jeitinho de ser brasileira.