O mundo celebra os primeiros.
Desde cedo aprendemos que estes são os que entram para a história.
Ninguém comemora a segunda pessoa a enunciar a formula de Bhaskara, o segundo a fabricar uma lâmpada elétrica ou falar sobre a teoria da relatividade.
Não.
Como bem dizia um famoso anúncio da Nike “Você não ganha a prata. Você perde o ouro”.
Ou alguém consegue imaginar o Queen virando hino nos estádios com a música “We are the Vice Champions”?
Dá pra entender.
O primeiro traz consigo todo o mistério do ineditismo.
Da descoberta.
É um salto sem rede de proteção.
A primeira vez, o primeiro passo, o primeiro beijo.
Mas quer ver toda essa lógica ir para o espaço?
Tenha um segundo filho.
O segundo põe as coisas em perspectiva.
Nem melhor, nem pior.
Diferente.
É como discutir se O Poderoso Chefão é melhor do que o Poderoso Chefão II quando, na verdade, os dois são incríveis e ficam muito melhores quando estão juntos.
O segundo é mais do que um flashback.
É uma reinterpretação.
É o Joe Cocker cantando With a Little Help From My Friends.
Você conhece a música, você sabe a letra, mas de alguma maneira é algo completamente novo.
Imagine um Dia da Marmota as avessas onde, não importa o que você faça, tudo vai ser sempre diferente.
Assim é o segundo filho.
Só em uma coisa todos os filhos são sempre iguais.
Adoram competir para saber em que posição estão no amor dos pais, mesmo sabendo que isso é tão eficaz quanto dois daltônicos discutindo o arco-íris.
A verdade é que na matemática dos filhos o amor não se divide.
Ele multiplica.
E na multiplicação, a ordem dos fatores nunca altera o produto final.