Exímio violonista, mais que um virtuose no instrumento, Paco de Lucía foi um grande divulgador do FLAMENCO. Como ninguém, introduziu à rudeza e ao purismo tradicionais, influências de sonoridades do jazz, bossa nova e até mesmo do blues, salsa, música hindu e árabe, mas sem nunca perder de vista a raiz fundadora do gênero. Em suas apresentações, sempre levava consigo a cultura da Andaluzia e o flamenco, mas o seu olhar tinha dimensão universal.
“Paco”, ou Francisco Sánchez Gómez, era filho de um guitarrista de flamenco, Antonio Sánchez, que foi uma das suas grandes referências. “De Lucía”, porque simplesmente era filho de Lucía Gómez, nascida Luzia e de origem portuguesa, adotando uma prática comum na sua terra, a Andaluzia: se identificar pelo nome da mãe.
Aos 7 anos começaria seus estudos do violão com seu pai e depois com seu irmão mais velho. Aos 12 anos, formaria o dueto Los Chiquitos de Algeciras com seu irmão Pepe nos vocais; o grupo fez sucesso em um concurso de Jerez em 1961, o que levou a gravar seu primeiro disco. Antes, Paco seria convidado pelo bailarino José Greco para fazer parte de sua trupe em uma turnê aos Estados Unidos, sua primeira viagem pelo mundo.
Sua consagração chegou nos anos 1970, com memoráveis atuações no Palau de Barcelona, no Teatro Real e no Teatro Monumental de Madri. Sua primeira gravação ao vivo “Paco en vivo desde el Teatro Real”, lhe renderia o primeiro disco de ouro. Durante a década, estabeleceria parcerias com outros violonistas, em especial, John McLaughlin e Al Di Meola, com quem conquistou grande popularidade fora da Espanha.
Eu conheci este MESTRE justamente escutando o disco “Friday Night in San Francisco”, do chamado “The Guitar Trio”, com o qual fiquei totalmente encantado e embasbacado.
Pois deste disco, queria deixar uma amostra deste incrível talento, com a composição “Mediterranean Sundance”, onde Paco de Lucía faz um dueto virtuoso de harmonia perfeita com estes outros dois incríveis instrumentistas.