Onde estão as informações do problema?

Durante a Segunda Guerra Mundial, o matemático Abraham Wald fez parte do Grupo de Pesquisa Estatística (SRG, na sigla em inglês), um programa sigiloso que mobilizava o poderio dos estatísticos para o esforço de guerra a favor dos aliados.

Os estatísticos da equipe de Abraham Wald analisavam os aviões que voltavam das batalhas e destacavam as áreas com mais marcas de balas, como na imagem que vemos. O objetivo era identificar onde a estrutura dos aviões deveria ser reforçada da maneira mais eficiente: não muito a ponto de deixar o avião muito pesado, difícil de manobrar e consumindo mais combustível, e nem tão pouco a ponto de deixá-lo vulnerável.

A distribuição das perfurações não era uniforme: as marcas em vermelho da figura representam as áreas mais atingidas. Com base nestes dados, onde deviam reforçar? Uma resposta automática seria “onde recebe mais tiros.”

Quais foram as recomendações de Abraham Wald?

1) Não reforçar as áreas mais atingidas.

2) Blindar as áreas sem marca nenhuma, como os motores, por exemplo.

Os aviões que receberam mais tiros nas áreas destacadas foram capazes de voar de volta. Mas os que foram atingidos nas áreas sem marcas sequer voltaram.

Ninguém estava analisando as marcas de balas nos aviões que não voltaram.

Se acreditarmos que a única fonte de informação disponível é suficiente, vamos ignorar boa parte das causas do problema. Às vezes, a resposta mais importante está na informação que está faltando.

É preciso fazer as perguntas certas.